sexta-feira, 21 de setembro de 2012



TRANSPARÊNCIA

Ver através de outros olhos,
ver coisas que só outros olhos veriam.
Olhar para o horizonte,
olhar para o mar
(e ver onde termina o mar e começa o horizonte).
Olhar a noite, o dia,
ver a lua, o sol.
Olhar as pedras, as cidades,
ver o mundo, enfim e reconhecê-lo,
sem nunca, antes, tê-lo visto.

É mais ou menos
como olhar a chuva pela vidraça
e no entanto, não estar
por trás da vidraça.

É mais ou menos
como se ver refletido num espelho
sem ter diante de si
espelho algum. 

Amélia de Morais

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PORQUE OS SINOS TOCAM

O que passou, passou
É sonho agora
Sombra fria que ficou
Do sol que foi embora
Voou entre risos cristalinos
Carregado entre nuvens brancas
Pelo mesmo vento que agora toca os sinos
Desta saudade bela e franca.

Amélia de Morais 

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MESMISMO

O mesmo riso fácil
o mesmo olhar frágil
o mesmo andar malemolente
o mesmo gesto insistente

Não embarco nesse braço
não me prendo nesse abraço
Meu rumo é a vida
estou cada dia mais atrevida.

Amélia de Morais


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AMORES

Fitas, versos e flores
o presente na caixa
com papel de mil cores.

Amélia de Morais

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