sexta-feira, 2 de setembro de 2011




SILÊNCIO DE SEREIA

Quando a noite não tem lua
Quando à noite não sou sua

Quando a tarde é cinza e fria
Quando à tarde estou vazia

Quando durmo e não sonho
Quando sumo e não componho

Quando tudo tanto faz
Quando nada me dá paz

É o silêncio da sereia
porque o mar não beija a areia.


Amélia de Morais

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


EM CADA CURVA

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Não perca a esperança,
olhe para a lua, para as estrelas,
veja o sol raiar todo dia
ou lave os olhos nas águas da chuva

Siga em frente, aceite o convite pra dança
abra suas portas, suas janelas,
estenda os braços para a alegria,
há uma esperança a cada curva.


Amélia de Morais

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FALTA O SONHO

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Somos pássaros canoros
De palavras e versos sonoros
A poesia exalando pelos poros

Se o silêncio nos invade duramente
É porque o sonho nos falta certamente
E nossas almas... escravas da mente

Então, choro
Somente


Amélia de Morais

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

COMO UMA CRIANÇA

Que o canto seja presente
do passado ao futuro
em coros de anjos-sementes
em noites claras e dias escuros

Que o amor esteja pelos campos
pelas ruas, sobre os muros
nas asas das borboletas e pirilampos
nas mãos dos homens puros

Que o sol a cada dia que nasça
seja a luz clara da esperança
que brilha e ilumina como graça
como um sorrir de criança


Amélia de Morais

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O SILÊNCIO DO PAPEL


Folha em branco,
Desencanto.
Invento palavras,
Só palavras.
Eu, o papel e as palavras
Que seguem seus próprios caminhos
Cortando as veias brancas do papel.
Nada em volta,
Ninguém me lê,
Ninguém me ouve,
Apenas as palavras quebram o silêncio
Do branco do papel.
Sem escarcéu.
Minha poesia faz-se por si só.


Amélia de Morais

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011


SÁBADO

Sábado cansado
espera pelo domingo
pelo sono profundo da manhã
pelo descanso abençoado
- e não me acordem que eu xingo!
de Morfeu sou Castelã.

Sábado é uma promessa
do repouso que mereça.

Amélia de Morais

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INVASÃO
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Um encanto me invade
uma lágrima teima em rolar
a música segue arrebatando-me
segue envolvendo meu corpo
como magia de amor perfeito
como silêncio de lua cheia
como momento de solidão
outra lágrima desliza suave
caindo na palma da minha mão
e a poesia se faz canção

Amélia de Morais

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CRIANÇA ll
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Ser
sempre
Ser
risos (sem sisos)
Ser
semente
éter na mente.

Amélia de Morais

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DANÇANDO A VIDA

Não, não me diga que o espetáculo chegou ao fim
ainda não dei tudo de mim
ainda não plantei as flores no jardim

Dê-me o tempo de colher as margaridas
dê-me o tempo de alegrar outras vidas
dê-me o tempo de uma longa despedida

Eu sei, o céu é descanso eterno, paraíso
mas não vivi a paixão que preciso
mas não recebi do amor, o sorriso

Deixe-me seguir na dança de viver
o aplauso vai, um dia, acontecer
mas fazer por merecê-lo é o maior prazer

Amélia de Morais

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FUGA

Passo a passo
ando triste por aí
como que roubada
dos carinhos que eram meus

Cabisbaixa
choro por aí
escondendo os olhos
destes olhos teus

Cara a cara
encontro com você
não disfarço que fugi
de cumprimentos vazios

Apressada
saí de você
dispensando os lábios
que antes me eram macios

Amélia de Morais & Anorkinda

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ARREDIA
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Piso nas folhas secas
sou má, mas faço carinhos
Olho pro lado de Meca
não consigo ver os anjinhos
Esse é todo o dilema
não piso em algodão
vou muito pouco ao cinema
curto uma boa canção
mas não sei fazer rimas
sejam pobres ou ricas
se a palavra se aproxima
fujo. O silêncio fica.

Amélia de Morais

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Chá de Criança II
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Eu bebo desse chá
que agora me é servido
lambo o biscoito com lingua de tamanduá
esse riso cristalino me faz bem ao ouvido

Amélia de Morais

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