terça-feira, 24 de abril de 2012



FUI ALI

Fui ali
beber água na fonte
renascer em mim
cruzar, de novo, a ponte

Fui ali
sentar na pedra nua
redescobrir-me em mim
esperar o nascer da lua

Fui ali
correr na ladeira molhada
desabrochar-me de mim
voltar, da saudade curada.

Amelia de Morais

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BORBOLETA AO VENTO

São asas tão coloridas
Voando alegre , ao sol

Pousa leve embevecida
Nas asas do girassol

A borboleta sem medo
Desafia o forte vento

Venceu do casulo o segredo
Resiste firme ao sopro ciumento


Amélia de Morais 

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PERDIDA NO TEU OLHAR [1]

Da janela
dos meus olhos
acompanho teu caminhar saltitante,
vejo
teus braços fortes
remando no ar
(e sonho-os enlaçados ao meu corpo).
Espero, ansiosa,
o momento do encontro.
No entanto,
passas ao meu lado,
me olhas e não me vês,
e neste breve e triste instante,
no espelho dos teus olhos
vejo-me refletida
perdida no teu olhar.

Amélia de Morais

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PERDIDA NO TEU OLHAR [2]

Não saia ainda da minha vida!
Senta comigo e relembre
dos nossos bons momentos,
de tantos carinhos,
das muitas risadas,
das nossas viagens,
da nossa cumplicidade.
Leva contigo um pouco da nossa história,
mas, deixa aqui comigo
a força da luz que deixei
perdida nos olhos teus.

Amélia de Morais

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