terça-feira, 11 de outubro de 2011


(Flower_by_Shyvo)
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TRISTE CANÇÃO
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Uma bela e triste canção
de tão doce melodia
enche-me de águas os olhos
e seca-me o corpo
Um copo d'água, por favor!
Umedeça meu coração!
E a música segue seu curso
chorando notas graves, dores
Um violino grita amores
perdidos,
feridos,
ungidos de pura emoção

Amélia de Morais

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O VERSO QUE NÃO ESCREVI
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Você me inspirou um verso
mas eu nunca o escrevi
deixei quardado nas mãos
na saudade submerso
No entanto a cada poema
escapa alguma palavra
e a poesia que agora escrevo
tem o dom da piracema
E o verbo se multiplica
e a música distante ecoa
e seu perfume se espalha
e à saudade pacifica

Amélia de Morais

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OS OLHOS DA MADRUGADA
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Encontrei frente a frente
os olhos da madrugada
naquela curva escura
onde não se via nada

Os olhos negros, brilhantes
cansados de nunca dormir
choravam as águas do mundo
o medo do breve porvir

Sabiam da sina certa
ali à frente orquestrada
eles, tão escuros, sombras
não veriam outra alvorada

A luz que em breve sobreviria
baniria a sombria tristeza
e aos olhos escuros da noite
nem à história pertenceria, era certeza

Amélia de Morais & Anorkinda

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VEM
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Vem
descobre meu abismo
mergulha teu desejo
nas águas dos meus olhos
nas águas rasas dos olhos meus
Vem
recobre o meu leito
embrulha o teu corpo
na pele da minha alma
na pele fina da alma minha
Vem
cobre meu sorriso
debulha teus segredos
no ouvido da minha poesia
no ouvido sensível da poesia nossa

Amélia de Morais


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AREIA
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Meu sonho virou areia,
areia de construir castelos,
areia de vento soprar, levar
Meu sonho sumiu no ar.

E onde o brilho do olhar?
e onde os pés de dançar?
O tempo levou, sumiu no ar.

Amélia de Morais

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