domingo, 25 de novembro de 2012


(lena sotskova)


MELODIA

Nos cantos da rua
nos campos da lua
nas lutas da vida
nas muitas saídas
nos prantos derramados
nos risos gargalhados
nos silêncios da noite
nas dores do açoite
nas danças das mãos
nas pausas dos nãos 
nos espaços do tempo
nos tremores do vento
nos medos do novo
nos gritos do povo
nas verdades do dia
nos mistérios da magia
em tudo há melodia

Amelia de Morais

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SINA

Morrer pra nascer de novo
pequeno, frágil, ingênuo
e recomeçar sem lembranças
e representar sem cobranças
e referendar a esperança
de morrer sem nascer de novo.

Amélia de Morais. 

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MEIO A MEIO

Sou meio doce
meio sal
meio essencial
meio precoce
Sou agridoce
e natural
Sou meio posse
meio edital
e tal e coisa e coisa e tal

Amélia de Morais

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SEM CHÃO

Estrelas no céu
Pássaros no ar
Vida no tempo
Não sei como tê-los na mão
Se faço um escarcéu...
Se vão me consolar...
Se é só um passatempo...

Não seria como roubar-lhes o chão?

Amélia de Morais

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