sexta-feira, 12 de agosto de 2011


POR VIA DAS DÚVIDAS...
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Nas trevas não há luz
é só dor e escuridão
e um frio nos conduz
pelas brasas sobre o chão

Não há luz nas trevas
nem há paz, nem alegria
a inquietude é que nos leva
nos arrasta a agonia

Nas trevas, luz não há
o silêncio é um ruído
espalhado pelo ar
como um grito longo e sofrido

Luz? Nas trevas não há, não
o sangue gela, a alma cala
a angústia na palma da mão
o corpo chora e o rancor se instala

Pé de pato, mangalô três vezes
uma ave-maria, dez Pai Nosso
Oxalá, me guarde... epá babá
Afasta de mim, esse cálice, pai!

Eu ando com um patuá.

Amélia de Morais

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PARA ONDE?

Ê, vida, para onde vai?
Eu viro à direita
e entro, você sai
ô, vida, me dá a receita!

Eu subo e desço
retorno e retomo
eu rezo um terço
eu bebo, eu como

Ah, vida, pra onde vou?
a estrada bifurca
quem sou?

Sou anjo de burca
sem asas, nem documento
é tudo tão lento!

Ih, vida, me deixa,
segue sua sina!
Agora sou gueixa!
O tempo me ensina.

Amélia de Morais

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LÁPIS DE RISCAR PAPEL
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Lápis de riscar papel
risca versos tão somente
enchendo os olhos da gente

Pinta a vida de poesia
criando trovas, gerando sonhos
deixando o mundo risonho

Lápis que, nas mãos do poeta
Inspirado pela musa mais bela
Deixa no papel seus sonhos alados
Que saltam do papel iluminados


Nas mãos do poeta, o destino
Dos versos tão esperados.
Pela inspiração soprados.

Ao compor sua verve, o poeta, a poetisa
Nela põe todo o seu sentimento
Mas o láips, em suas mãos, concretiza

Amélia de Morais e Jane Moreira

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