sexta-feira, 21 de setembro de 2012



TRANSPARÊNCIA

Ver através de outros olhos,
ver coisas que só outros olhos veriam.
Olhar para o horizonte,
olhar para o mar
(e ver onde termina o mar e começa o horizonte).
Olhar a noite, o dia,
ver a lua, o sol.
Olhar as pedras, as cidades,
ver o mundo, enfim e reconhecê-lo,
sem nunca, antes, tê-lo visto.

É mais ou menos
como olhar a chuva pela vidraça
e no entanto, não estar
por trás da vidraça.

É mais ou menos
como se ver refletido num espelho
sem ter diante de si
espelho algum. 

Amélia de Morais

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