sábado, 3 de março de 2012


SERENIDADE

Vivi esquecida de mim.
Sonhava os sonhos de outros,
andei em propriedades alheias,
rezei em restos de terço...
Encontrei-me, de repente,
nua,
triste,
vazia,
olhando-me no espelho.
Chorei todas as lágrimas - lavei-me,
esmurrei os meus fantasmas - vinguei-me,
cantei inúmeras palavras - ninei-me.
Olhei ao redor,
só via a mim.
Finalmente me achei
escondida atrás da porta da infância.
Saí pra sala,
pra varanda,
pro jardim,
pra vida.
Inteira, feliz, serena.

Amélia de Morais

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