segunda-feira, 9 de maio de 2011



VESTIR-SE DE POESIA

Vestido assim,
da cabeça aos pés,
acontece pouco.
Às vezes sou mouco
às vozes da poesia,
às vezes não há vejo
e nem sempre a sinto
então, eu minto.

Já vesti as luvas da poesia
e ela brotava das mãos
Já coloquei o chapéu dos versos
eles queimavam meu juízo
Já calcei os sapatos da rima
nasceram poemas andarilhos

Me visto de poesia
mas é roupa curta
de chita estampada de rimas pobres
vestido de baile
é raro ingresso das noites de festa
Quase sempre estou nu
espiando as palavras pela fresta


Amélia de Morais

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