domingo, 17 de fevereiro de 2013



LEMBRA

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Lembra de mim
dos nossos sonhos
do meu medo medonho
de morrer no mar
ou longe do mar

Pensa em mim
nos nossos passos
nos meus nervos de aço
voando sobre o mundo
vagando pelo mundo

Guarde-me nos olhos
no brilho do olhos
no sorriso do olhar
ainda que distante
ainda que só pra sonhar

Amélia de Morais

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A BARCA DOS SONHOS

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Sim, os sonhos, sonhos são
quando dormimos.
Mas que graça há em viver,
que graça haverá no coração,
se não sonharmos acordados?
Que vida, sem poesia, sem mimos,
sem acordar pra ver,
sem amar e ser amados?
E como amar, sem sonhar?
Sim, os sonhos, sonhos são,
mas há que acordá-los pra vida
e então, sonhar em realizá-los.
Sim, os sonhos, sonhos são,
mas há uma vontade atrevida
de libertá-los da hibernação.
Há primavera, outono e verão.

Amélia de Morais

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ERA ASSIM...

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Saudade danada
da liberdade da infância,
da imprudência da voz,
da inocência do sorriso.

Saudade daquela jornada
sem hora e sem distância,
onde todos eram nós
e brincar era preciso.

Saudade até do pito!
Daquele olhar enviesado,
do silêncio que dizia tudo,
do medo da hora seguinte.

Saudade do sonho infinito
e do futuro sempre adiado.
Meu verso ainda desnudo
era, então, meu ouvinte.

Amélia de Morais.

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DO OUTRO LADO DA VIDA

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Lua crescente
sonho ausente
Noite escura
choro essa ventura

Na pele, lisa,
marcas invisíveis
dessa saudade imprecisa
das horas inesquecíveis

Sol ardente
sono ausente
Dia brilhante
respiro, confiante.

Amélia de Morais.

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DO OUTRO LADO DA VIDA

.
Lua crescente
sonho ausente
Noite escura
choro essa ventura

Na pele, lisa,
marcas invisíveis
dessa saudade imprecisa
das horas inesquecíveis

Sol ardente
sono ausente
Dia brilhante
respiro, confiante.

Amélia de Morais.

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O DIA JÁ VEM RAIANDO

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Acorda, menina
desperta e abre a janela
dos olhos, da vida
O dia é claro e ensina
que tudo é uma grande tela
branca e oferecida
Acorda, Bela
desperta e abra a alma
para a terra e para o céu
a vida é tinta aquarela
e você tem na palma
o gesto e o pincel.

Amélia de Morais.

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CARNAVAL

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Tristeza pós-alegria
algo descabido e real
tanta euforia...
e acabou o carnaval
o que fazer com essa sobra?
essa dobra no meu peito,
essa sombra que manobra
o verbo, o complemento e o sujeito?
Onde distribuir o sorriso,
onde derramar o pranto,
onde cantar o improviso
do verso que agora canto?
É a canção da aliviada saudade,
do inevitável cansaço,
da arrepiada verdade
de um sonho que sonho aos pedaços

Cada ano, um novo passo
Todo ano, uma saudade.

Amélia de Morais.

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